Plantas Autóctones em Portugal. Saiba quais são. 

28-10-2022

Felizmente e cada vez mais, se começa a assistir a um crescente interesse em preservar e plantar as espécies nativas de cada região. 

Nesse sentido apresentamo-vos uma lista com a maioria das espécies autóctones de cada região.

Espécies resinosas:


Juniperus communis

Zimbro-comum, zimbro-anão

Quase sempre de porte arbustivo, é característico das maiores altitudes das serras do Gerês e da Estrela. Distribui-se pelas regiões mais frias de todo o hemisfério Norte. Com as suas "bagas" produz-se a aguardente de zimbro e condimentam-se pratos regionais.

Juniperus navicularis

Piorro

Normalmente um arbusto, podendo no entanto ultrapassar os 6 m ou mais de altura, com tronco bem diferenciado. Muito ornamental, é uma espécie arborescente exclusiva das areias litorais do Centro e Sudoeste, suportando o sombreamento dos pinhais

Juniperus oxycedrus

Oxicedro, zimbro

Árvore muito ornamental, adapta-se bem às regiões quentes e secas do interior, por vezes em afloramentos rochosos. Com crescimento lento, pode atingir médio porte (até 15 m de altura) e as suas folhas e "bagas" têm larga aplicação cosmética e medicinal.

Juniperus turbinata

Sabina-da-praia

Espécie de vasta distribuição mediterrânica e macronésia, no Continente ocorre espontânea para sul do Cabo Mondego. Arbusto ou pequena árvore até 8m de altura, na Mata Nacional dos Medos associa-se ao pinheiro-manso para formar uma das mais belas paisagens florestais portuguesas.

Pinus pinaster

Pinheiro-bravo

A mais abundante resinosa no nosso país, pode atingir 40 m de altura. Desempenha um importante papel económico e ecológico e foi determinante na história de Portugal. O Pinhal de Leiria (séc. XII) é considerado o mais antigo exemplo mundial de reflorestação.

Pinus pinea

Pinheiro-manso

Tal como o Pinus Pinaster é também abundante na maioria do território nacional. É uma árvore de copa ampla, com uma silhueta inconfundível, até 30 m de altura. Espécie com crescente valor económico, foi muito importante para a construção naval pelo menos desde o tempo dos árabes. O pinhão português tem uma elevada cotação nos mercados internacionais.

Pinus sylvestris

Pinheiro-silvestre

Com uma dilatada expansão até à época romana, a pressão antrópica extinguiu-o em todas as montanhas do Norte e Centro, com excepção do Gerês. De grande porte (até 40 m) e com madeira valiosa, foi muito utilizado na reflorestação das serras, sobretudo para proteção e reconstituição dos solos.

Taxus baccata

Teixo

Outrora muito abundante por toda a Europa, hoje constitui uma das mais ameaçadas árvores no meio natural.

Pode atingir os 20 m de altura. Espécie com grande simbolismo para os povos galaico-lusitanos, surgindo com frequência na toponímia antiga e na religiosidade pagã.


Espécies folhosas:


Acer monspessulanum

Zelha

Espécie caducifólia característica das regiões de clima mediterrânico com solos mais profundos (ou rochosos, desde que em umbrias). Podendo atingir os 15 m de altura, é uma árvore muito ornamental, exibindo uma interessante coloração outonal.

Acer pseudoplatanus

Padreiro, plátano-bastardo

Espécie localmente abundante nas regiões de clima oceânico do Noroeste, integrando os carvalhais caducifólios. Árvore até 35 m de altura, é muito utilizada para fins ornamentais, regenerando espontaneamente com muita facilidade (é invasor na Madeira).

Alnus glutinosa

Amieiro

Uma das mais características árvores das galerias ribeirinhas, acompanhando os cursos de água permanentes. É uma espécie de grande porte (até 30 m de altura), com inúmeras aplicações para a sua madeira, casca e folhas (incluindo fins medicinais).

Amelanchier ovalis

Nespereira-das-rochas

Uma espécie arborescente, relativamente rara no nosso país, não ultrapassando normalmente os 3-4 m de altura. Tem inúmeras aplicações medicinais e um grande valor ornamental.

Arbutus unedo

Medronheiro, ervedeiro

Uma das espécies arbóreas mais expandidas do país, apenas estando ausente das regiões mais frias ou secas. Com ela se produz a afamada "aguardente de medronho". Muito ornamental, podendo alcançar os 15 m de altura nos sítios mais húmidos.

Betula pubescens (spp Celtiberica)

Bidoeiro

O bidoeiro é característico dos locais húmidos das maiores altitudes do Norte e Centro, sendo uma espécie pioneira nessas estações. Alcança os 20 m de altura e foi muito utilizada nas arborizações dos Serviços Florestais, pela facilidade de propagação e de regeneração após incêndio.

Buxus sempervirens

Buxo

É uma espécie arborescente, utilizada muito frequentemente em jardinagem (para formar sebes e esculturas arbustivas), mas que em crescimento livre pode atingir os 10 m de altura. Característica dos vales dos rios da bacia do Douro.

Castanea sativa

Castanheiro

Árvore hoje mais vulgar nas regiões frias do interior, teve no passado um papel relevante nas sociedades rurais um pouco por todo o país. Pode atingir 30 m de altura e viver muitos séculos, fornecendo inúmeros produtos (castanha, madeira, lenhas, tiras para cestaria, etc.).

Celtis australis

Lódão-bastardo

Espécie de distribuição mediterrânica e centro-europeia, é frequentemente utilizada em arborizações em meios urbanos. Pode chegar aos 25 m e os seus frutos (pequenas drupas) são comestíveis, sendo muito apreciados pelas aves.

Ceratonia siliqua

Alfarrobeira

Espécie até há pouco cultivada sobretudo do Barrocal algarvio, está hoje muito expandida para produção de fruto (a alfarroba) nas regiões de inverno não muito frio e com solos argilosos. É uma árvore de pequeno porte, não ultrapassando os 10-15 m.

Chamaerops humilis

Palmeira-das-vassouras

É a única espécie de palmeira nativa da Europa continental, podendo em condições favoráveis ultrapassar os 5 m de altura, embora normalmente apresente porte arbustivo. Muito ornamental e resistente à secura, tem também interesse alimentar.

Cornus sanguinea

Sanguinho-legítimo

Espécie normalmente arbustiva, mas por vezes atingindo os 6 m, com tronco único. Exibe bela floração. Uma pequena árvore com interesse ornamental e, sobretudo, medicinal e culinário.

Corylus avellana

Aveleira

Pequena árvore característica dos fundos de vales húmidos e com solos desenvolvidos das regiões Norte e Centro. Podendo atingir 10 m de altura, é muito cultivada para produção de fruto, sobretudo nas regiões de clima frio e seco.

Crataegus monogyna

Pilriteiro

Normalmente com porte arbustivo ou de pequena árvore, pode contudo atingir os 15m de altura e ter troncos de até 1 m de diâmetro. Espécie muito comum por todo o país, mas com um potencial ornamental pouco aproveitado.

Erica arborea

Urze-arbórea, urze-branca

Espécie de ampla distribuição europeia, asiática e africana, em Portugal apresenta um porte sobretudo arbustivo (até 6 m). Produz uma lenha muito apreciada e da madeira das suas raízes e toiças fabricam-se cachimbos de elevada qualidade.

Euonimus europaeus

Barrete-de-padre

Pequena árvore rara, ocorrendo naturalmente apenas em Trás-os- Montes. Porte até 8 m, surgindo sobretudo em matas ribeirinhas e sebes. Apresenta inúmeras utilizações, desde a tinturaria até à produção de madeira.

Fagus sylvatica

Faia

Árvore de grande porte, típica das regiões europeias mais húmidas e de verões frescos. De altura até 40 m metros, foi no séc. XIX reintroduzida no Gerês e noutras serras do Norte e do Centro, formando hoje extensos maciços espontâneos nos vales e umbrias.

Frangula alnus

Sanguinho

Pequena árvore ou, mais frequentemente, arbusto, característico das matas e bosques mais húmidos do Noroeste do Continente. Alcança os 10 m, tendo a sua casca, raminhos e frutos propriedades medicinais e corantes.

Fraxinus angustifolia

Freixo

Árvore de grande porte, até 25 m de altura, componente da floresta ribeirinha, em localizações com o nível freático um pouco mais profundo. Muito utilizada para fins ornamentais, produz uma madeira apreciada e as folhas têm valor forrageiro.

Ilex aquifolium

Azevinho

Árvore típica dos carvalhais submontanos e montanos, pode alcançar os 25 m de altura. Apresenta um elevado valor ornamental, não só pelos seus frutos, muito associados às festividades natalícias, mas também pela densa copa perene.

Laurus nobilis

Loureiro

Espécie arbórea típica das regiões litorais, de clima sem grandes rigores invernais. Prefere estações mais húmidas e atinge os 20 m de altura. É muito usada em paisagismo e arborizações urbanas, sendo as suas folhas um tradicional condimento.

Ligustrum vulgare

Alfenheiro

Arbusto ou, mais raramente, pequena árvore até 5 m, típica das regiões de solos derivados de rochas básicas. Possui interesse ornamental, usando-se para a constituição de sebes, tendo as suas folhas propriedades medicinais.

Malus sylvestris

Macieira-brava

Árvore de pequeno porte, até 15 m de altura, distribui-se pelas regiões mais frias do Norte e do Centro, em pinhais e carvalhais. Tem sobretudo interesse ornamental e ecológico e diferencia-se da macieira cultivada pelas folhas glabras e pelos abundantes espinhos.

Myrica faya

Samouco

Espécie arbórea de pequeno porte, até 12 m, que ocorre sobretudo nos pinhais da costa ocidental arenosa do Continente, ao abrigo dos grandes frios. Também é vulgar nos arquipélagos dos Açores e da Madeira, a baixas altitudes, produzindo frutos comestíveis.

Myrica gale

Samouco-de-brabante

Árvore de pequeno porte ou, mais frequentemente, arbusto, ocorrendo em raros locais muito húmidos do litoral, sobretudo arenoso (turfeiras e galerias ribeirinhas). Porte até 3 m de altura.

Myrtus communis

Murta

Arbusto ou pequena árvore (até 5 m), típica dos ecossistemas florestais mediterrânicos. É utilizada amiúde para fins ornamentais, possuindo folhas muito aromáticas. Tem igualmente interesse medicinal.

Nerium oleander

Cevadilha, loendro

Arbusto multicaule ou pequena árvore até 6 m, com distribuição natural nas margens de cursos de água temporários do sul. Utilização ornamental muito frequente, com variedades de flor branca a vermelha (floresce no verão). É planta muito tóxica.

Olea europaea sylvestris

Zambujeiro

Árvore de médio porte (até 15 m), típica das regiões mediterrânicas muito térmicas ou de solos básicos. É a parente espontânea da oliveira cultivada, tendo interesse ornamental e produzindo uma excelente madeira. Pode viver mais de 2000 anos.

Phillyrea angustifolia

Lentisco

Espécie arbustiva raramente apresentando porte arbóreo (até 4 m), é uma das mais características das florestas mediterrânicas mais termófilas, suportando grande secura do solo. Planta de interesse apícola.

Phillyrea latifolia

Aderno-de-folhas-largas

Árvore até 15 m, podendo por vezes reduzir-se a porte arbustivo. Teme os frios intensos, distribuindo-se sobretudo nas regiões mais soalheiras e de inverno ameno. Com utilização ornamental e medicinal.

Pistacia lentiscus

Aroeira

Arbusto ou, raramente, com porte arbóreo até 6 m de altura. Ocorre em matos e florestas esclerófilas, em regiões de clima não demasiado frio. É produtora de taninos e de uma resina (mástique) muito utilizada para fins medicinais, alimentares e religiosos.

Pistacia terebinthus

Cornalheira, terebinto

Arbusto ou pequena árvore até 8 m, que ocorre sobretudo nas bacias do Douro e do Tejo e no Sotavento Algarvio. Produtora de terebentina, obtida a partir de incisões no tronco, e de madeira de boa qualidade.

Populus alba

Choupo-branco

Árvore típica das margens de cursos de água temporários e de outros locais com alguma humidade, porém em regiões de verão quente. Pode atingir 30 m de altura e a sua área de distribuição natural é hoje difícil

de avaliar, dado o seu cultivo antigo. Possui variedades ornamentais.

Populus nigra

Choupo-negro

Árvore até 30 m de altura, característica das margens dos cursos de água permanentes (sobretudo dos rios principais). Certas variedades são utilizadas para fins ornamentais, em meio urbano e em infra-estruturas, desde a antiguidade.

Prunus avium

Cerejeira-brava

Espécie com uma larga área de distribuição nas regiões de clima mais frio e continental, pode atingir um porte relativamente elevado (25 m). Muito utilizada florestalmente, sobretudo em arborizações de terras agrícolas, dada a qualidade da madeira.

Prunus insititia

Abrunheiro

Árvore até 6 m, ocorrendo sobretudo em matas e sebes frescas numa grande parte do Continente, sendo afim da ameixieira cultivada. Os seus frutos podem ser utilizados em compotas e licores.

Prunus lusitanica

Azereiro

Uma das espécies de árvores sempre- verdes que prefere os climas oceânicos suaves característicos das regiões mais húmidas do Norte e Centro do Continente. Atinge 20 m de altura e tem valor ornamental, tal como a sua madeira (de tom rosado).

Prunus mahaleb

Cerejeira-de-santa-lúcia

Árvore rara do interior trasmontano, surgindo esporadicamente em encostas secas e matas desta região. Altura até 10m, apresentando flores muito fragrantes. Espécie ornamental, com madeira dura.

Prunus padus

Pado

Pequena árvore caducifólia até 10 m de altura. Muito rara, apresentando, contudo, grande potencial como ornamental, tendo exuberante floração e suportando bem o frio e locais sombrios. Reproduz-se facilmente por estaca e os frutos são comestíveis.

Prunus spinosa

Abrunheiro-bravo

Arbusto ou pequena árvore até 6 m, característica de sebes, matos e orlas de bosques. No oeste da região Centro, em solos calcários ou basálticos, ocorre uma subespécie endémica do nosso país (ssp.Insititioides).

Pyrus bourgaeana

Catapereiro

Pereira brava comum nos ecossistemas mediterrânicos do Sul e interior, sobretudo associada à azinheira e ao sobreiro. Tem pequeno porte (até 10 m), embora frequentemente seja um arbusto, devido às restrições edafo-climáticas.

Pyrus communis

Pereira-brava

Espécie com porte até 12 m, em Portugal exclusiva da região das serras do Gerês e da Cabreira. De ocorrência rara, presume-se originada no assilvestramento da pereira cultivada, da qual é uma variedade ou simples forma (var. pyraster).

Pyrus cordata

Pereira-brava

Espécie muito vulgar nas regiões mais húmidas do Norte e Centro, em pinhais, carvalhais e até eucaliptais. Até 8 m de altura. Os frutos são comestíveis (quando bem maduros) e a sua madeira é de grande resistência. Cultivada com pouca frequência.

Quercus canariensis

Carvalho-de-monchique

Um dos carvalhos mais raros do nosso país, ocorre apenas no Sudoeste (alguns autores defendem que não existe Q. canariensis em Portugal, mas apenas uma espécie afim, a Q. marianica). Pode apresentar um porte muito elevado (até 30 m) e tem valor ornamental.

Quercus coccifera

Carrasco

Carvalho abundante nas regiões de clima mediterrânico mais acentuado. Apresenta-se por vezes em extensas formações arbustivas (carrascais), em solos degradados ou calcários, mas pode atingir o porte de pequena árvore (até 4 m).

Quercus faginea

Carvalho-português, pedamarro

São várias as subespécies deste carvalho, incluindo as ssp. alpestris (Barrocal algarvio), broteroi (Centro e Sudoeste) e faginea (bacia do Douro). Árvore marcescente, pode atingir 25 m de altura, surgindo sobretudo isolada ou associada a outros carvalhos e espécies mediterrânicas.

Quercus pyrenaica

Carvalho-negral

O mais abundante carvalho caducifólio em Portugal, forma extensas áreas florestais sobretudo em Trás-os-Montes e Beira Interior. Apresenta um porte diversificado, constituindo desde moitas com 1-2 m de altura até bosques com árvores de 25 m ou, ainda, montados.

Quercus rivas-martinezii

Carrasco-arbóreo

Espécie recentemente descrita, é exclusiva do território de Portugal continental (desde o Pinhal de Leiria até Sines). Atinge 17 m de altura, associando-se ao carvalho-português em solos calcários, arenosos ou xistentos, com alguma fertilidade.

Quercus robur

Carvalho-alvarinho

Carvalho muito frequente nas regiões de clima oceânico, é o carvalho mais abundante na Europa e no noroeste do Continente, surgindo em enclaves no sul (até ao Algarve). Por vezes tem porte majestoso (até 45 m), distinguindo-se bem pelas suas folhas glabras e pelos frutos com longo pedúnculo.

Quercus rotundifolia

Azinheira

A azinheira distribui-se por uma vasta área, apenas evitando as regiões litorais com clima húmido. Ocorre sob a forma quer de pequeno arbusto, em afloramentos rochosos, quer de grande árvore em formações boscosas (até 20 m) ou, mais vulgarmente, em montados abertos.

Quercus suber

Sobreiro

Carvalho de características singulares (é a única árvore que recompõe a casca depois desta ser extraída), tem no nosso país o seu solar. Pode atingir 20 m de altura e, pelo seu valor económico e ecológico, foi instituída "Árvore Nacional de Portugal".

Retama monosperma

Piorno-branco

Espécie arbustiva ou, por vezes, pequena árvore até 4 m de altura, característica das areias litorais do Algarve e da costa sudoeste. Muito utilizada para fins ornamentais, seja ao longo da rede viária, seja em espaços urbanos.

Rhamnus alaternus

Sanguinho-das-sebes

Arbusto ou pequena árvore (até 4 m), comum nas regiões dominadas por matas de folhas persistentes ou marcescentes. Tem muitas propriedades medicinais e pode ser conduzida como sebe.

Rhamnus cathartica

Escambroeiro

Arbusto ou pequena árvore (até 6 m), pouco vulgar em Portugal, ocorrendo naturalmente apenas em Trás-os- Montes. Os seus frutos têm propriedades medicinais e corantes, possuindo também algum interesse ornamental.

Rhododendron ponticum

Rododendro, adelfeira

Embora normalmente surja formando densas formações arbustivas de até 4 m de altura, pode ocorrer também como árvore, sobretudo quando cultivada. Exibe uma floração espetacular (de Abril a Maio) e é uma relíquia paleobotânica.

Salix alba

Salgueiro-branco

É uma árvore que se desenvolve até 25 m, sendo inconfundível o tom prateado da sua copa quando agitada pelo vento. Distribuída por todo o Continente, mas ocorrendo preferencialmente nos troços finais dos grandes rios. É produtora de vime.

Salix atrocinerea

Borrazeira-preta

É o salgueiro mais expandido no nosso país, tendo uma enorme importância na proteção e conservação das margens dos cursos de água e zonas húmidas. Porte arbustivo ou, com alguma frequência, arbóreo, até 15 m de altura.

Salix caprea

Salgueiro

Espécie similar à anterior, no nosso país só foi identificada muito recentemente, restringindo-se às regiões do Gerês e de Montesinho. Exibe porte arbóreo (até 10 m) e ocorre sobretudo em áreas húmidas recentemente perturbadas.

Salix neotricha

Salgueiro

Espécie de distribuição ampla no país, ainda não existe consenso sobre a sua autonomização no seio do género Salix. É uma árvore de até 20 m e, tal como muitas das restantes espécies deste género, a sua casca tem propriedades medicinais.

Salix purpurea

Salgueiro-roxo

Salgueiro cuja área de distribuição natural se circunscreve à bacia do Douro, na região de Trás-os-Montes. É normalmente um arbusto ou pequena árvore até 6 m de altura.

Salix repens

Salgueiro-anão

Arbusto que raramente se converte numa pequena árvore (até 4 m, em locais abrigados), sendo representado por 2 subespécies: a ssp. argentea (=S. arenaria), das dunas costeiras, e a ssp. repens, das maiores altitudes da serra do Gerês. Tem interesse ornamental.

Salix salviifolia

Salgueiro-branco

É uma árvore característica das margens dos cursos de água torrenciais, um pouco por todo o país. A subespécie australis é muito rara e tem um estatuto especial de proteção, ocorrendo apenas no sul do Continente.

Salix triandra

Salgueiro-de-folhas-de-amendoeira

Espécie que ocorre naturalmente apenas em Trás-os-Montes, quase sempre sob a forma de arbusto ou pequena árvore até

6 m. Tem importância para a fixação de margens de cursos de água instáveis e na produção de vimes.

Sambucus nigra

Sabugueiro

O sabugueiro é um arbusto que frequentemente toma o porte arbóreo (até 6m, raramente até 10 m) e que ocorre um pouco por todo o país em sítios frescos, espontânea ou cultivada. Apresenta uma bela floração primaveril e tem grande interesse medicinal.

Sorbus aria

Sorveira-branca

A sorveira-branca é uma árvore até 25 m, característica das regiões mais frias e de maior altitude. É uma espécie de grande valor ecológico e ornamental, muito pouco cultivada no nosso país. A sua madeira é muito clara, o que determinou o nome vulgar.

Sorbus aucuparia

Tramazeira

Árvore até 15 m de altura, por vezes com porte arbustivo nos solos mais delgados ou nos sítios expostos. É comum nas maiores altitudes das serras do Norte e Centro. Cultivada florestalmente, os frutos têm valor alimentar (compotas e bebidas) e para a conservação da fauna.

Sorbus domestica

Sorveira

Árvore rara, cultivada antigamente pelos seus frutos, que são comestíveis quando muito maduros (sorvados). Altura até 10 m. Típica de sítios com solos profundos nas regiões calcárias mais húmidas, (Arrábida, Maciço Calcário Estremenho), podemos encontra-la também em grandes jardins e parques florestais.

Sorbus latifolia

Mostajeiro

É uma árvore localmente abundante na Beira Interior planáltica (região da Guarda e do Sabugal) onde, devido aos incêndios, apresenta um porte amoitado. Pode, contudo, crescer até aos 10 m de altura e tem interesse ornamental.

Sorbus torminalis

Mostajeiro

Árvore rara, normalmente de pequeno a médio porte (até 25 m). Típica das zonas mais frias do Continente, em zonas abertas de florestas de espécies caducifólias. Os frutos são comestíveis depois de sorvados e tem elevado valor decorativo.

Tamarix africana

Tamargueira

Espécie arbustiva ou pequena árvore, até 8 m de altura. Ocorre frequentemente em áreas ribeirinhas de regime fortemente torrencial ou, nas regiões litorais, nas margens de cursos de água salobra (rias, lagunas litorais e estuários) e áreas salgadas.

Tamarix canariensis

Tamargueira

Espécie muito similar à anterior, da qual se distingue por pormenores morfológicos das flores. Distribui-se sobretudo pelo litoral ao norte de Aveiro.

Ulmus glabra

Ulmeiro

É uma árvore de grande porte (até 40 m), relativamente rara em Portugal continental, mas que tem visto a sua área de distribuição natural aumentar após estudos de caracterização botânica de algumas regiões serranas. Tem interesse ecológico e ornamental, apesar da grafiose.

Ulmus minor

Ulmeiro

Espécie até há algumas décadas muito vulgar em todas as regiões do país, tem vindo a ser dizimada por sucessivas novas estirpes do fungo da grafiose (Ophiostoma novo-ulmi). Pode atingir um porte de 30 m e tem grande valor florestal, ornamental e forrageiro.

Viburnum lantana

Noveleiro

Espécie arborescente muito rara da flora trasmontana, recentemente descoberta, ocorrendo no extremo ocidental do Parque Natural de Montesinho (freguesia de Vilar Seco de Lomba). É contudo utilizada para fins ornamentais, podendo atingir os 6 m de altura.

Viburnum opulus

Noveleiro

Normalmente um arbusto até 4 m de altura, pode no entanto alcançar porte arbóreo, até 6m. Muito expandida na Europa, Oeste da Ásia e Norte de África, em Portugal ocorre naturalmente apenas em certas localidades de Trás-os- Montes.

Viburnum tinus

Folhado

Normalmente um arbusto alto, em condições favoráveis atinge um porte arbóreo, até 7 m de altura. Aprecia regiões de clima oceânico, tolerando alguma secura no verão, sendo muito utilizada para fins ornamentais, sobretudo no Centro e Sul.

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